Intercambialidade entre LEDs
Com o desenvolvimento da tecnologia LED, está cada vez mais frequente o aparecimento de novos produtos. Um levantamento recente feito pela Eletrobrás identificou mais de 2000 modelos diferentes só de lâmpadas de led no mercado brasileiro. Essa diversificação envolve aspectos técnicos como tipo e número de leds, tipo de base, invólucro, faixas de potência, temperatura de cor, entre outros aspectos.
As lâmpadas de LED visam principalmente à substituição de lâmpadas convencionais como incandescentes e halógenas, para o mercado residencial, adaptando-se às bases já existentes de luminárias. Cerca de 70% do volume das lâmpadas de led levantadas possui base E-27, base da convencional lâmpada incandescente. O retrofit, neste caso, é mais fácil para o consumidor final, pois este apenas substituiria uma lâmpada convencional por uma lâmpada de led, mais econômica e com uma vida útil maior.
Alguns cuidados, entretanto, precisam ser observados nas substituições, pois nem toda luminária ou sistema de controle são indicados para receber as lâmpadas de leds. Luminárias fechadas e que não possibilitem trocas de calor podem prejudicar o desempenho luminoso e a vida do produto. E nem todos os equipamentos de controle, como transformadores para lâmpadas de baixa tensão e dimers, são compatíveis com as lâmpadas de led, principalmente quando se trata de sistemas para dimerização.
São necessários testes para verificar a operacionalidade correta dos sistemas e é indicado que os fornecedores de produtos de leds e soluções de controle estejam afinados para garantir ao consumidor final o resultado desejado.
Outra tendência que observamos no mercado, é a diversidade cada vez maior de modelos de luminárias de led. São produtos vendidos com o led incorporado às luminárias e geralmente com o driver também incluso. São produtos, em geral, mais eficientes e com vida útil maiores que as lâmpadas de led, indicadas principamente para aplicações profissionais, como áreas comercias e industriais.
São produtos indicados para instalações novas, por possuir melhores desempenhos e também para casos de retrofit de instalações obsoletas, onde é indicado a troca do sistema de iluminação.
Uma questão frequentemente levantada pelas empresas de Engenharia que especificam produtos, entretanto, é: O que eu faço quando uma luminária de led queimar? Eu preciso trocar toda a luminária? A resposta varia. Vai depender do produto que for comprado e como ele foi concebido.
Uma forte tendência no desenvolvimento de luminárias é a utilização das chamadas “LED light engines” definidas por um consórcio internacional de empresas da indústria de iluminação, chamado Zhaga. O “LED light engine” é a combinação entre o modulo de LED e seu equipamento de controle (driver), podendo ser incorporado ou não. O Zhaga considera a “light engine” uma caixa preta, não se preocupando com as características do led em si, mas em como são as interfaces desses módulos com o restante da luminária. Define, portanto, as especificações das interfaces mecânicas, térmicas, elétricas e fotométricas.
Fonte: ZHAGA. http://www.zhagastandard.org
O ZHAGA foi fundado em fevereiro de 2010, e atualmente possui mais de 280 empresas participantes, preocupadas em criar especificações para padronização e intercambialidade de soluções de led.
Hoje já é possível trocar um módulo de led de um fabricante A por um fabricante B, sem trocar a luminária. E isto é interessante tanto para o usuário final, que pode ter a opção de substituição de um sistema em um caso de falha, como para o fabricante da luminária que pode trocar de fornecedor de led sem alterar o projeto físico de sua peça. Isso beneficia também a evolução da tecnologia, pois é possível melhorar paralelamente a eficiência das “light engines”, sem se preocupar com a intercambialidade das fontes de luz nas luminárias.